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Leis, Decretos e Documentos Gerais

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SUMÁRIO: Seção II – Do Credenciamento e Recredenciamento de Instituição de Educação Superior

Seção II – Do Credenciamento e Recredenciamento de Instituição de Educação Superior

Subseção I

Das Disposições Gerais

Art. 12.  As instituições de educação superior, de acordo com sua organização e respectivas prerrogativas acadêmicas, serão credenciadas como:

  • I – faculdades;
  • II – centros universitários; e
  • III – universidades.

Art. 13.  O início do funcionamento de instituição de educação superior é condicionado à edição prévia de ato de credenciamento pelo Ministério da Educação.

  • §1º  A instituição será credenciada originalmente como faculdade.
  • §2º  O credenciamento como universidade ou centro universitário, com as conseqüentes prerrogativas de autonomia, depende do credenciamento específico de instituição já credenciada, em funcionamento regular e com padrão satisfatório de qualidade.
  • §3º  O indeferimento do pedido de credenciamento como universidade ou centro universitário não impede o credenciamento subsidiário como centro universitário ou faculdade, cumpridos os requisitos previstos em lei.
  • §4º  O primeiro credenciamento terá prazo máximo de três anos, para faculdades e centros universitários, e de cinco anos, para universidades.

Art. 14.  São fases do processo de credenciamento:

  • I – protocolo do pedido junto à Secretaria competente, instruído conforme disposto nos arts. 15 e 16;
  • II – análise documental pela Secretaria competente;
  • III – avaliação in loco pelo INEP;
  • IV – parecer da Secretaria competente;
  • V – deliberação pelo CNE; e
  • VI – homologação do parecer do CNE pelo Ministro de Estado da Educação.

Art. 15.  O pedido de credenciamento deverá ser instruído com os seguintes documentos:

  • I – da mantenedora:
  1. atos constitutivos, devidamente registrados no órgão competente, que atestem sua existência e capacidade jurídica, na forma da legislação civil;
  2. comprovante de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda – CNPJ/MF;
  3. comprovante de inscrição nos cadastros de contribuintes estadual e municipal, quando for o caso;
  4. certidões de regularidade fiscal perante as Fazendas Federal, Estadual e Municipal;
  5. certidões de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS;
  6. demonstração de patrimônio para manter a instituição;
  7. para as entidades sem fins lucrativos, demonstração de aplicação dos seus excedentes financeiros para os fins da instituição mantida; não remuneração ou concessão de vantagens ou benefícios a seus instituidores, dirigentes, sócios, conselheiros, ou equivalentes e, em caso de encerramento de suas atividades, destinação de seu patrimônio a outra instituição congênere ou ao Poder Público, promovendo, se necessário, a alteração estatutária correspondente; e
  8. para as entidades com fins lucrativos, apresentação de demonstrações financeiras atestadas por profissionais competentes;
  • II – da instituição de educação superior:
  1. comprovante de recolhimento da taxa de avaliação in loco, prevista na Lei no 10.870, de 19 de maio de 2004;
  2. plano de desenvolvimento institucional;
  3. regimento ou estatuto; e
  4. identificação dos integrantes do corpo dirigente, destacando a experiência acadêmica e administrativa de cada um.

Art. 16.  O plano de desenvolvimento institucional deverá conter, pelo menos, os seguintes elementos:

  • I – missão, objetivos e metas da instituição, em sua área de atuação, bem como seu histórico de implantação e desenvolvimento, se for o caso;
  • II – projeto pedagógico da instituição;
  • III – cronograma de implantação e desenvolvimento da instituição e de cada um de seus cursos, especificando-se a programação de abertura de cursos, aumento de vagas, ampliação das instalações físicas e, quando for o caso, a previsão de abertura dos cursos fora de sede;
  • IV – organização didático-pedagógica da instituição, com a indicação de número de turmas previstas por curso, número de alunos por turma, locais e turnos de funcionamento e eventuais inovações consideradas significativas, especialmente quanto a flexibilidade dos componentes curriculares, oportunidades diferenciadas de integralização do curso, atividades práticas e estágios, desenvolvimento de materiais pedagógicos e incorporação de avanços  tecnológicos;
  • V – perfil do corpo docente, indicando requisitos de titulação, experiência no magistério superior e experiência profissional não-acadêmica, bem como os critérios de seleção e contração, a existência de plano de carreira, o regime de trabalho e os procedimentos para substituição eventual dos professores do quadro;
  • VI – organização administrativa da instituição, identificando as formas de participação dos professores e alunos nos órgãos colegiados responsáveis pela condução dos assuntos acadêmicos e os procedimentos de auto-avaliação institucional e de atendimento aos alunos;
  • VII – infra-estrutura física e instalações acadêmicas, especificando:
  1. com relação à biblioteca: acervo de livros, periódicos acadêmicos e científicos e assinaturas de revistas e jornais, obras clássicas, dicionários e enciclopédias, formas de atualização e expansão, identificado sua correlação pedagógica com os cursos e programas previstos; vídeos, DVD, CD, CD-ROMS e assinaturas eletrônicas; espaço físico para estudos e horário de funcionamento, pessoal técnico administrativo e serviços oferecidos;
  2. com relação aos laboratórios: instalações e equipamentos existentes e a serem adquiridos, identificando sua correlação pedagógica com os cursos e programas previstos, os recursos de informática disponíveis, informações concernentes à relação equipamento/aluno; e descrição de inovações tecnológicas consideradas significativas; e
  3. plano de promoção de acessibilidade e de atendimento prioritário, imediato e diferenciado às pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais ou com mobilidade reduzida, para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte; dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, serviços de tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS;
  • VIII – oferta de educação a distância, sua abrangência e pólos de apoio presencial;
  • IX – oferta de cursos e programas de mestrado e doutorado; e
  • X – demonstrativo de capacidade e sustentabilidade financeiras.

Art. 17.  A Secretaria de Educação Superior ou a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, conforme o caso, receberá os documentos protocolados e dará impulso ao processo.

  • §1º  A Secretaria competente procederá à análise dos documentos sob os aspectos da regularidade formal e do mérito do pedido.
  • §2º  A Secretaria, após análise documental, encaminhará o processo ao INEP para avaliação in loco.
  • §3º  A Secretaria poderá realizar as diligências necessárias à completa instrução do processo, visando subsidiar a deliberação final das autoridades competentes.
  • §4º  A Secretaria competente emitirá parecer, ao final da instrução, tendo como referencial básico o relatório de avaliação do INEP e considerando o conjunto de elementos que compõem o processo.

Art. 18.  O processo será encaminhado ao CNE, para deliberação, em ato único, motivadamente, sobre a conformidade do estatuto ou do regimento com a legislação aplicável, a regularidade da instrução e o mérito do pedido.

Parágrafo único.  Da decisão do CNE caberá recurso administrativo, na forma de seu regimento interno.

Art. 19.  O processo será restituído ao Ministro de Estado da Educação para homologação do parecer do CNE.

Parágrafo único.  O Ministro de Estado da Educação poderá restituir o processo ao CNE para reexame, motivadamente.

 

Subseção II

Do Recredenciamento

Art. 20.  A instituição deverá protocolar pedido de recredenciamento ao final de cada ciclo avaliativo do SINAES junto à Secretaria competente, devidamente instruído, no prazo previsto no § 7º do art. 10.

Parágrafo único.  O processo de recredenciamento observará as disposições processuais referentes ao pedido de credenciamento, no que couber.

Art. 21.  O pedido de recredenciamento de instituição de educação superior deve ser instruído com os seguintes documentos:

  • I – quanto à mantenedora, os documentos referidos no art. 15, inciso I; e
  • II – quanto à instituição de educação superior, a atualização do plano de desenvolvimento institucional, do regimento ou estatuto e das informações relativas ao corpo dirigente, com destaque para as alterações ocorridas após o credenciamento.

Art. 22.  O deferimento do pedido de recredenciamento é condicionado à demonstração do funcionamento regular da instituição e terá como referencial básico os processos de avaliação do SINAES.

  • §1º  A Secretaria competente considerará, para fins regulatórios, o último relatório de avaliação disponível no SINAES.
  • §2º  Caso considere necessário, a Secretaria solicitará ao INEP realização de nova avaliação in loco.

Art. 23.  O resultado insatisfatório da avaliação do SINAES enseja a celebração de protocolo de compromisso, na forma dos arts. 60 e 61 deste Decreto.

Parágrafo único.  Expirado o prazo do protocolo de compromisso sem o cumprimento satisfatório das metas nele estabelecidas, será instaurado processo administrativo, na forma do art. 63, inciso II, ficando suspensa a tramitação do pedido de recredenciamento até o encerramento do processo.

 

Subseção III

Do Credenciamento de Campus Fora de Sede

Art. 24.  As universidades poderão pedir credenciamento de campus fora de sede em Município diverso da abrangência geográfica do ato de credenciamento em vigor, desde que no mesmo Estado.

  • §1º  O campus fora de sede integrará o conjunto da universidade e não gozará de prerrogativas de autonomia.
  • §2º   O pedido de credenciamento de campus fora de sede processar-se-á como aditamento ao ato de credenciamento, aplicando-se, no que couber, as disposições processuais que regem o pedido de credenciamento.
  • §3º  É vedada a oferta de curso em unidade fora da sede sem o prévio credenciamento do campus fora de sede e autorização específica do curso, na forma deste Decreto. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007)
  • §4º  A Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior – Seres, do Ministério da Educação, poderá, em caráter excepcional, considerando as necessidades de desenvolvimento do País e de inovação tecnológica, credenciar unidades acadêmicas fora de sede e autorizar, nestas unidades, o funcionamento de cursos em áreas estratégicas, conforme disciplinado em ato do Ministro de Estado da Educação.      (Incluído pelo Decreto nº 8.142, de 2013)

 

 

Subseção IV

Da Transferência de Mantença

Art. 25.  A alteração da mantença de qualquer instituição de educação superior deve ser submetida ao Ministério da Educação.

  • §1º  O novo mantenedor deve apresentar os documentos referidos no art. 15, inciso I, além do instrumento jurídico que dá base à transferência de mantença.
  • §2º  O pedido tramitará na forma de aditamento ao ato de credenciamento ou recredenciamento da instituição, sujeitando-se a deliberação específica das autoridades competentes.
  • §3º  É vedada a transferência de cursos ou programas entre mantenedoras.
  • §4º  Não se admitirá a transferência de mantença em favor de postulante que, diretamente ou por qualquer entidade mantida, tenha recebido penalidades, em matéria de educação superior, perante o sistema federal de ensino, nos últimos cinco anos.
  • §5º  No exercício da atividade instrutória, poderá a Secretaria solicitar a apresentação de documentos que informem sobre as condições econômicas da entidade que cede a mantença, tais como certidões de regularidade fiscal e outros, visando obter informações circunstanciadas sobre as condições de autofinanciamento da instituição, nos termos do art. 7o, inciso III, da Lei no 9.394, de 1996, no intuito de preservar a atividade educacional e o interesse dos estudantes. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007)

 

Subseção V

Do Credenciamento Específico para Oferta de Educação a Distância

Art. 26.  A oferta de educação a distância é sujeita a credenciamento específico, nos termos de regulamentação própria.

  • §1º  O pedido observará os requisitos pertinentes ao credenciamento de instituições e será instruído pela Secretaria de Educação Superior ou pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, conforme o caso, com a colaboração da Secretaria de Educação a Distância.
  • §2º  O pedido de credenciamento de instituição de educação superior para a oferta de educação a distância deve ser instruído com o comprovante do recolhimento da taxa de avaliação in loco e documentos referidos em regulamentação específica.
  • §3º  Aplicam-se, no que couber, as disposições que regem o credenciamento e o recredenciamento de instituições de educação superior.